terça-feira, 12 de março de 2013

Às voltas com a política: "Indignação pode tornar-se violenta", alerta Mário Soares



"Indignação pode tornar-se violenta", alerta Mário Soares


Em artigo publicado no "Diário de Notícias", o antigo Presidente da República diz que, caso o Governo se recuse a ouvir e a agir "como se nada se tivesse passado", que a "indignação pode tornar-se violenta".

O ex-Presidente da República Mário Soares afirma hoje, num artigo de opinião publicado no "Diário de Notícias", que a "indignação pode tornar-se violenta", caso o Governo se recuse a ouvir e a agir "como se nada se tivesse passado".

"Ficará o Governo a gozar do silêncio, como fez em 2 de março [dia de protestos em dezenas de cidades em Portugal e no estrangeiro]? Não creio que a sua vergonha vá tão longe. Porque, se assim for, a indignação pode tornar-se violenta", refere Mário Soares no artigo de opinião.

O antigo Presidente da República acrescenta que não gostaria nada que tal acontecesse. "Mas quem não ouve e não tem controlo, como o Governo, sujeita-se a tudo", diz.


"Profunda tristeza e enorme desespero"


Mário Soares afirma que "os portugueses não vão esquecer-se, por muito tempo, do 2 de Março, um misto de profunda tristeza e enorme desespero", e recorda que o Governo "recusa-se a ouvir os seus compatriotas, sem dizer uma palavra, como se nada se tivesse passado".

O presidente da Fundação Mário Soares lembra ainda que, além de agir "sem ter em conta a sua [do povo] voz", o Governo não ouve "sequer a [voz] do Presidente da República".

No mesmo artigo de opinião, Mário Soares critica ainda o Governo de ser um "fiel da austeridade" e de ignorar "a recessão e o flagelo do desemprego, ao contrário do que prometeu na campanha eleitoral".

Mário Soares considera também que as previsões económicas do executivo, que "têm sempre sido revistas em baixa", "vão continuar a falhar em 2013".

"Se o Governo não cair antes, como espero", afirma.

2 comentários:

  1. O Dr. Mário Soares já está esquecido dos tempos em que meteu cá o FMI e porque os meteu cá! É pena! Mas quanto ao resto ele até tem razão!

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  2. Amigo Jorge, também não estou sempre de acordo com o Mário Soares, mas que estamos nos limites da decência política e social, estamos e depois olhamos para pessoas como o António Borges e aquilo dá mesmo, mesmo volta aos "fígados", já não há paciência. Um abraço

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