segunda-feira, 11 de junho de 2012

Notícia(s) do Dia: ALEMANHA - 1 PORTUGAL - 0 - O que faltou (e é um hábito) a Portugal



O que faltou (e é um hábito) a Portugal

Os elogios que chegam na hora das derrotas em forma de vitória moral

«A jogarmos assim, vamos seguir em frente». As palavras saíram da boca de Cristiano Ronaldo, capitão da selecção nacional, ontem à noite, no final do encontro com que Portugal abriu com uma derrota, aos pés da Alemanha, a sua participação no Europeu.

O jogador do Real Madrid não foi o único a pautar deste modo a direcção do seu discurso. Vários outros jogadores da selecção sublinharam a qualidade da exibição da equipa portuguesa, algo que não impediu que, no fim, um golo desse a vitória aos germânicos e atirasse Portugal para o último lugar no grupo B, com zero ponto, a par da Holanda.

No fundo, volta-se a verificar o que os portugueses tanto fazem por hábito: exaltam vitórias morais. Do outro lado, pela imprensa alemã, o que se escreveu foi que a maanchaaft não jogou bem, mas venceu. É aqui que está a diferença.

A Alemanha não rubricou uma boa exibição, mas saiu do estádio com uma vitória. No futebol, e no Euro, é isso que interessa sempre – golos, vitórias e pontos.

Não é por acaso que, ainda hoje, uma frase dita por Gary Lineker, antigo internacional inglês, continua a fazer tanto sentido: «O futebol são 11 contra 11, e no fim ganha a Alemanha». Os germânicos querem, lutam e sabem que têm que vencer, mesmo a jogar mal. Sorte de uns ou azar de outros, é isso que quase sempre acontece. E vencem nos números, e não no sentimento.

Mais do que jogar bem, a selecção tem que vencer e traduzir em vitórias a qualidade de jogo que tantos elogiaram, mas que só surgiu verdadeiramente no último quarto de hora, após sofrer um golo. Só aí é que Portugal incomodou verdadeiramente a baliza dos germânicos.

Apesar do erro no golo alemão, Pepe garante uma voz de liderança na defesa. No meio-campo, e mesmo com a qualidade de passe que dá à equipa, Miguel Veloso teima em ser pouco agressivo nas disputas de bola e na marcação.

No ataque, tanto Hélder Postiga como Nélson Oliveira foram engolidos pela marcação dos centrais germânicos, altos, fortes e também agressivos, num estilo semelhante de defensores que a selecção vai igualmente encontrar quando estiver perante os holandeses e dinamarqueses.

No próximo encontro, a selecção vai defrontar uma Dinamarca que, até agora, colou ao seu nome a maior surpresa do Europeu. Ao vencer a Holanda, no sábado, os nórdicos baralham as contas do grupo e dificultam ainda mais a vida a Portugal.

A selecção está obrigada a vencer os dinamarqueses para somar três pontos e poder chegar ao terceiro jogo com hipóteses de seguir em frente para os quartos de final. À semelhança do que fizeram na fase de grupos, os nórdicos vão dificultar a vida a Portugal, e deixaram um aviso disso mesmo na vitória sobre a Holanda.

A Dinamarca tem uma equipa, com todas as letras da palavra, e mostrou que, apesar de não conseguir dominar um jogo, consegue controlá-lo. Com as suas linhas juntas e uma sólida defesa – onde se destaca Daniel Agger, o capitão -, os dinamarqueses mostraram uma calma e frieza na posse de bola que foi crucial para serenar o jogo nos momentos em que a Holanda mais procurava a atacar.

Se estão ao alcance de Portugal? Claro que sim. A selecção pode discutir o resultado com qualquer equipa presente neste Europeu. Mas a equipa de Paulo Bento terá que adoptar algo que estes dinamarqueses tanto privilegiam, o pragmatismo.

Algo que, ontem, valeu a vitória à Alemanha

Fonte: O SOL Online

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