segunda-feira, 6 de junho de 2011

Os "Pais" da SOCIOLOGIA: GEORGE HERBERT MEAD (n. 27 Fev.1863; m. 26 Abr.1931)


Sociólogo, psicólogo social e filósofo norte-americano, George Herbert Mead nasceu em South Hadley, Massachusetts em 27 de Fevereiro de 1863 e morreu em Chicago em 26 de Abril de 1931. Filósofo americano de importância capital para a sociologia, pertencente à Escola de Chicago. Juntamente com William James, Pierce e Dewey, Mead faz parte de uma corrente teórica da filosofia americana denominada de pragmatismo. Herbert Blumer, em 1937 classifica o pensamento de Mead, juntamente com o de vários filósofos e sociólogos, como pertencente a uma linha de pensamento mais geral denominado de interacionismo simbólico.
Entre os teóricos relevantes para sua formação está Wilhelm Wundt (foi o revisor dos primeiros quatro volumes da Völkerpsychologie) através dos seus estudos em Berlim (pós graduação em filosofia e psicologia). Opôs-se ao reducionismo proposto pelos behaviorismo de Watson, posteriormente reapresentado por B. F. Skiner (que consideravam como metafísicos os conceitos de mente, self, consciência).
Compartilhava com Wundt a importância das pesquisas sobre a linguagem no comportamento para conseguir o entendimento do que é a mente, só que para ele a mente era um produto da linguagem ao contrário de Wundt que considerava a linguagem com um produto da mente; Piaget retoma esse problema pesquisando aspectos da relação entre linguagem (aquisição e desempenho) e inteligência, postulando que apesar da relativa independência destas e existência da inteligência pré-verbal. Para ele, é através da função simbólica que o indivíduo atinge (aos 12 anos caracterizando o período das operações formais) a capacidade de raciocinar sobre hipótese e enunciados e não mais sobre objectos postos sobre a mesa ou imediatamente representados.
Considerando os modernos estudiosos da linguagem como o linguista Noam Chomsky e o psicólogo B. F. Skiner (autor de comportamento verbal) podemos afirmar que esse debate ainda perdura caracterizando a Posição Nativista que privilegia o sistema inato para aquisição da linguagem e a Posição Ambientalista que considera que o comportamento verbal é primeiramente aprendido.
Graduou-se em Oberlin, 1883 e não seguiu a carreira esperada no ministério eclesiástico leccionou primeiro numa escola primária. Trabalhou durante três anos no grupo de investigação da Estrada de Ferro Central de Wisconsin. Inscreveu-se para mestrado em filosofia e psicologia em Harvard, 1888 foi tutor de um dos filhos de William James. Estudou com Wilhelm Wundt em Leipzig 1888-89. Teve como supervisor nos seus estudos de doutorado Dilthey (filosofia) com a tese sobre percepção do espaço estudando a relação entre visão e tacto (filósofo dos sentidos).
Foi professor de Filosofia e Psicologia da Universidade de Michigan em 1891 onde conheceu Dewey, da Universidade de Chicago e em 1894, junto com Dewey que era o chefe do departamento de filosofia iniciou o curso de Psicologia Social.
Apesar de ter escrito pouco (todas as suas obras são póstumas e resultam de compilações das suas aulas), deixou marcas influentes para o desenvolvimento do interacionismo simbólico na sociologia norte-americana. Caracterizando a sua sociologia como social behaviourismo (foi Herbert Blumer quem a apelidou de interacionismo simbólico), descreveu o processo pelo qual os atores sociais interagem: o recurso à assunção de papéis sociais, o relevo da comunicação simbólica (com a linguagem e os gestos) e das "conversações internas" com o self onde antecipam as respostas dos outros atores sociais e ensaiam imaginariamente alternativas de conduta.
O self emerge da interacção social. Mead encarou os seres humanos como atores sociais em que o "eu" como eu sou está em contínua interacção com o "eu" como os outros me vêem de tal modo que, segundo este autor, a vida social é um processo de adaptação e ajustamento aos padrões sociais existentes. A conceptualização de Mead acerca da interacção e da organização serviu de base a formulações das ciências sociais bem mais recentes e de correntes tão diversas como a etnometodologia, a sociologia cognitiva ou a fenomenologia.

PRINCIPAIS OBRAS:

1932  The Philosophy of the Present
1934  Mind, Self and Society
1938  The Philosophy of the Act

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