José Alberto Teixeira Ferreirinha – ZÉ BETO, o guarda-redes que veio do mar.
Nasceu em Matosinhos, a 21 de Fevereiro de 1960, no ceio de uma família de pescadores. Foi nas ruas da Vila que deu os primeiros pontapés na bola, por vezes uma simples bola de trapos, pois o dinheiro não dava para mais. Aos 5 anos a família Ferreirinha mudou-se para Leça, mas Zé Beto nunca perdeu o contacto com os antigos amigos de rua com quem deu os primeiros toques na redondinha. Mais tarde foram viver para a cidade do Porto. Foi aqui que a vida de Zé Beto entrou numa fase mais instável, não gostava da escola, chegando até a reprovar por faltas. Logo que terminou a Escola Preparatória inscreveu-se num curso de electromecânica e mais tarde de serralheiro. Tudo isto em vão, o puto continuava a não gostar de estudar, acabando por ir trabalhar para as obras.
O futebol surgiu na sua vida por esta altura. A convite de um amigo foi treinar para um pequeno clube chamado Pasteleira. O mais difícil foi convencer o pai, mas depois de muita insistência lá conseguiu o seu apoio, mas ficando acordado que só haveria aprovação total após a observação de um dos seus treinos. Assim aconteceu, no final do treino disse-lhe mais ou menos isto: - Tu não gostas da escola, mudas de emprego como quem muda de camisa, portanto tens o meu aval, vai tentar o futebol. Zé Beto ficou louco de contente, o pai tinha concluído que afinal o puto tinha jeito para a bola. Tornou-se o seu principal apoiante e o seu treinador particular a tempo inteiro.
Os dirigentes do Pasteleira ficaram radiantes com o aval do pai, pois tinham reparado que o miúdo tinha garra e habilidade para defender as redes do clube. Contudo, ainda faltava resolver um pormenor. O miúdo ainda não tinha idade para jogar pelos juvenis, sendo necessário pedir autorização para que ele pudesse vestir a camisola número um como era desejo de todos em especial do treinador. O pedido foi aceite e o rapaz pode assim envergar a camisola número um e tomar conta da baliza da equipa de juvenis. Desde logo, começou a dar nas vistas e não tardou em despertar a atenção dos responsáveis de outros clubes, entre os quais o Futebol Clube Do Porto.
Após disputa entre Porto e Leixões, o jovem guardião ingressa nos quadros do FCP e de lá só saiu um ano por empréstimo para representar o Beira-Mar. Na época de 1975/76 conseguiu o seu primeiro título, jogava na altura nos juvenis. Foi então que teve também a sua primeira internacionalização, actuando no campeonato europeu e no mundial de juvenis. Até chegar a sénior foi sempre o titular indiscutível das redes portistas. No primeiro ano de sénior, com Fonseca e Tibi pela frente, dois guarda-redes com muita experiência, o jovem Zé Beto foi emprestado ao Beira-Mar por uma temporada, onde rapidamente conquistou a titularidade.
Depois de uma época no clube de Aveiro, regressou ás Antas de onde, entretanto tinha saído o seu amigo Pedroto devido a diferendos entre este e então presidente portista.
Pedroto foi substituído por um Austríaco de nome Stessl, que entre Zé Beto e Fonseca, optou sempre pelo segundo. Foram dois anos de travessia no deserto, no entanto o jovem guarda-redes nunca desistiu nem perdeu o ânimo, entregando-se de corpo e alma nos treinos, confiante de que o seu dia iria chegar. Duas épocas mais tarde, Pinto da Costa assume a presidência do clube e com ele regressa às Antas o Senhor Pedroto. Zé Beto foi titular em todos os jogos da pré-época, até que num jogo com o Boavista se lesiona, adiando assim a sua estreia como titular em jogos oficiais. Triste com o azar que lhe batera à porta, não perdeu o entusiasmo e a garra que o caracterizavam e logo que recuperou da lesão entregou-se ao trabalho procurando recuperar a forma perdida.
Finalmente surge a tão merecida titularidade. Foi num jogo com o Guimarães na época 83/84.
Zé Beto tornou-se no titular indiscutível das redes portistas, as suas exibições enchiam o olho a todos os que assistiam aos jogos do FCP, rapidamente se tornou num ídolo para os adeptos que reclamavam a sua presença na selecção principal. Contudo os seleccionadores sempre preferiram o então guarda-redes do Benfica, Manuel Bento.
Mais tarde surge o castigo da UEFA. Pela primeira vez na sua história, o FCP chega a uma final europeia. Foi uma alegria imensa para todos, que encaravam aquele jogo como uma enorme festa. Mal sabiam o que estava para acontecer. A final foi com a poderosa equipa da Juventus que, desde o início do jogo até final, foi contando com as benesses do árbitro. Essa foi uma noite triste para Zé Beto. Segundo o relatório do arbitro o guarda-redes ter-lhe-á batido com a bandeirola de um dos auxiliares na cabeça. Zé Beto sempre negou esta acusação, no entanto a UEFA não teve contemplações e impediu-o de jogar nas competições europeias durante a época seguinte.
Os anos que se seguiram não se revelaram muito positivos para a carreira do guarda-redes de quem José Maria Pedroto tanto gostava. Perdeu a titularidade para o polaco Mlinarzich.
O pior ainda estava para acontecer. Quando se previa a sua saída das Antas rumo a outro clube, Zé Beto foi vítima de um brutal acidente, a 10 de Agosto de 1990, que lhe roubou a vida e o impediu de finalmente mostrar ao mundo todo o seu talento.
Nasceu em Matosinhos, a 21 de Fevereiro de 1960, no ceio de uma família de pescadores. Foi nas ruas da Vila que deu os primeiros pontapés na bola, por vezes uma simples bola de trapos, pois o dinheiro não dava para mais. Aos 5 anos a família Ferreirinha mudou-se para Leça, mas Zé Beto nunca perdeu o contacto com os antigos amigos de rua com quem deu os primeiros toques na redondinha. Mais tarde foram viver para a cidade do Porto. Foi aqui que a vida de Zé Beto entrou numa fase mais instável, não gostava da escola, chegando até a reprovar por faltas. Logo que terminou a Escola Preparatória inscreveu-se num curso de electromecânica e mais tarde de serralheiro. Tudo isto em vão, o puto continuava a não gostar de estudar, acabando por ir trabalhar para as obras.
O futebol surgiu na sua vida por esta altura. A convite de um amigo foi treinar para um pequeno clube chamado Pasteleira. O mais difícil foi convencer o pai, mas depois de muita insistência lá conseguiu o seu apoio, mas ficando acordado que só haveria aprovação total após a observação de um dos seus treinos. Assim aconteceu, no final do treino disse-lhe mais ou menos isto: - Tu não gostas da escola, mudas de emprego como quem muda de camisa, portanto tens o meu aval, vai tentar o futebol. Zé Beto ficou louco de contente, o pai tinha concluído que afinal o puto tinha jeito para a bola. Tornou-se o seu principal apoiante e o seu treinador particular a tempo inteiro.
Os dirigentes do Pasteleira ficaram radiantes com o aval do pai, pois tinham reparado que o miúdo tinha garra e habilidade para defender as redes do clube. Contudo, ainda faltava resolver um pormenor. O miúdo ainda não tinha idade para jogar pelos juvenis, sendo necessário pedir autorização para que ele pudesse vestir a camisola número um como era desejo de todos em especial do treinador. O pedido foi aceite e o rapaz pode assim envergar a camisola número um e tomar conta da baliza da equipa de juvenis. Desde logo, começou a dar nas vistas e não tardou em despertar a atenção dos responsáveis de outros clubes, entre os quais o Futebol Clube Do Porto.
Após disputa entre Porto e Leixões, o jovem guardião ingressa nos quadros do FCP e de lá só saiu um ano por empréstimo para representar o Beira-Mar. Na época de 1975/76 conseguiu o seu primeiro título, jogava na altura nos juvenis. Foi então que teve também a sua primeira internacionalização, actuando no campeonato europeu e no mundial de juvenis. Até chegar a sénior foi sempre o titular indiscutível das redes portistas. No primeiro ano de sénior, com Fonseca e Tibi pela frente, dois guarda-redes com muita experiência, o jovem Zé Beto foi emprestado ao Beira-Mar por uma temporada, onde rapidamente conquistou a titularidade.
Depois de uma época no clube de Aveiro, regressou ás Antas de onde, entretanto tinha saído o seu amigo Pedroto devido a diferendos entre este e então presidente portista.
Pedroto foi substituído por um Austríaco de nome Stessl, que entre Zé Beto e Fonseca, optou sempre pelo segundo. Foram dois anos de travessia no deserto, no entanto o jovem guarda-redes nunca desistiu nem perdeu o ânimo, entregando-se de corpo e alma nos treinos, confiante de que o seu dia iria chegar. Duas épocas mais tarde, Pinto da Costa assume a presidência do clube e com ele regressa às Antas o Senhor Pedroto. Zé Beto foi titular em todos os jogos da pré-época, até que num jogo com o Boavista se lesiona, adiando assim a sua estreia como titular em jogos oficiais. Triste com o azar que lhe batera à porta, não perdeu o entusiasmo e a garra que o caracterizavam e logo que recuperou da lesão entregou-se ao trabalho procurando recuperar a forma perdida.
Finalmente surge a tão merecida titularidade. Foi num jogo com o Guimarães na época 83/84.
Zé Beto tornou-se no titular indiscutível das redes portistas, as suas exibições enchiam o olho a todos os que assistiam aos jogos do FCP, rapidamente se tornou num ídolo para os adeptos que reclamavam a sua presença na selecção principal. Contudo os seleccionadores sempre preferiram o então guarda-redes do Benfica, Manuel Bento.
Mais tarde surge o castigo da UEFA. Pela primeira vez na sua história, o FCP chega a uma final europeia. Foi uma alegria imensa para todos, que encaravam aquele jogo como uma enorme festa. Mal sabiam o que estava para acontecer. A final foi com a poderosa equipa da Juventus que, desde o início do jogo até final, foi contando com as benesses do árbitro. Essa foi uma noite triste para Zé Beto. Segundo o relatório do arbitro o guarda-redes ter-lhe-á batido com a bandeirola de um dos auxiliares na cabeça. Zé Beto sempre negou esta acusação, no entanto a UEFA não teve contemplações e impediu-o de jogar nas competições europeias durante a época seguinte.
Os anos que se seguiram não se revelaram muito positivos para a carreira do guarda-redes de quem José Maria Pedroto tanto gostava. Perdeu a titularidade para o polaco Mlinarzich.
O pior ainda estava para acontecer. Quando se previa a sua saída das Antas rumo a outro clube, Zé Beto foi vítima de um brutal acidente, a 10 de Agosto de 1990, que lhe roubou a vida e o impediu de finalmente mostrar ao mundo todo o seu talento.
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