segunda-feira, 13 de maio de 2013

Às Voltas com a Memória: PAUL NEWMAN (n. 26 Jan.1925; m. 26 Set. 2008)


Paul Leonard Newman, nasceu em Shaker Heights, a 26 de Janeiro de 1925, e morreu em Westport, a 26 de Setembro de 2008.
Filho de um bem-sucedido comerciante de artigos desportivos, Newman começou a carreira em peças do colégio e, após obter a dispensa da marinha americana em 1946, foi estudar no Kenyon College. Após a formatura, ele passou um ano na Yale Drama School indo depois para Nova Iorque, onde entrou para a renomada escola de formação de atores Actors Studio, dirigida por Lee Strasberg.
Foi soldado do exército Aliado durante a Segunda Guerra Mundial, tendo servido na área de transmissões no Pacífico. De regresso ao seu país, matriculou-se no curso de Economia da Universidade de Yale, mas desde cedo demonstrou interesse em seguir uma carreira artística. Inscreveu-se no prestigiado Actors Studio, tendo participado paralelamente em duas novelas televisivas: Tales of Tomorrow (1951) e The Aldrich Family (1952-1953). Chegou à Broadway, onde deixou boa impressão na sua peça de estreia: Picnic(1953). Os produtores de Hollywood acharam que estavam na presença de um galã com potencialidades e ofereceram-lhe um contrato cinematográfico de cinco anos. O seu filme de estreia teve resultados comerciais desastrosos: The Silver Chalice (O Cálice de Prata, 1954) abordava a história de um Grego que terá sido responsável pela conceção do cálice utilizado por Cristo na Última Ceia. Dois anos depois deste revés, Newman encontrou por fim o sucesso, encarnando o pugilista Rocky Graziano em Somebody Up There Likes Me (Marcado Pelo Ódio, 1956). Gradualmente Newman provou a todos os críticos que aliava o talento à sua boa aparência. A sua primeira nomeação para Óscar surgiu com Cat on a Hot Tin Roof (Gata em Telhado de Zinco Quente, 1958), baseado na peça de Tennessee Williams. No mesmo ano, conheceu a atriz Joanne Woodward durante as rodagens de The Long Hot Summer (Paixões que Escaldam, 1958), filme que lhe valeu o Prémio para Melhor Ator no Festival de Cannes. Em 1961, casou-se com Woodward e interpretou aquele que veio a ser o personagem mais célebre da sua carreira: a de Eddie Felson, um apaixonado pelo bilhar em The Hustler (A Vida é um Jogo, 1961) que lhe valeria nova nomeação para o Óscar de Melhor Ator. Na década de 60, ainda teve mais duas nomeações: pelo seu retrato de arrogante rancheiro do Texas em Hud (O Mais Selvagem Entre Mil, 1963) e pelo penitenciário Luke Jackson em Cool Hand Luke (O Presidiário, 1967). Em 1968, aventurou-se pela primeira vez na realização, dirigindo a sua mulher no melodrama Rachel Rachel (Raquel, Raquel). A fita foi alvo de críticas favoráveis e chegou mesmo a ser uma das candidatas ao Óscar de Melhor Filme. Em 1969, dando azo à sua paixão pela velocidade, adquiriu uma equipa de corridas e iniciou uma esporádica carreira como piloto de automóveis. Fez uma das duplas mais célebres da História do cinema ao lado de Robert Redford em dois filmes marcantes: Butch Cassidy and the Sundance Kid (Dois Homens e um Destino, 1969) e The Sting (A Golpada, 1973). Em 1972, ao lado de Steve McQueen e Barbra Streisand, fundou a First Artists, uma produtora destinada a auxiliar jovens realizadores. Marcou presença em dois «filmes-catástrofe», género muito em voga nos anos 70: The Towering Inferno (A Torre do Inferno, 1974) e When Time Ran Out... (O Dia em Que o Mundo Acabou, 1979). Apesar do aparecimento dos cabelos brancos, Newman continuou a demonstrar todo o seu talento com duas nomeações sucessivas para o Óscar de Melhor Ator em 1981 e 1982: pelo papel de executivo de Miami em Absence of Malice (A Calúnia, 1981) e por um advogado alcoólico e decadente que tenta regressar ao trabalho defendendo uma família vítima de negligência médica em The Verdict (O Veredito, 1982). Vinte e cinco anos depois de ter interpretado a personagem Eddie Felson, o realizador Martin Scorsese convenceu-o a retomar a personagem em The Color of Money (A Cor do Dinheiro, 1986). Rendidos à sua prestação, os membros da Academia outorgaram-lhe o Óscar de Melhor Ator. Newman ainda veio a receber mais duas nomeações em categorias diferentes: na categoria de Melhor Ator Principal pelo seu eterno inconformado Sully em Nobody's Fool (Vidas Simples, 1994) e na categoria de Melhor Ator Secundário pelo velho gangster John Rooney no belo Road to Perdition (Caminho Para Perdição, 2002) de Sam Mendes.

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