Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno nasceu em Frankfurt, a 11 de Dezembro de 1903, filho de Oscar Alexander Wiesengrund (1870 - 1941) – próspero negociante alemão de vinhos, de origem judaica e convertido ao protestantismo – e de Maria Barbara Calvelli-Adorno – uma cantora lírica católica italiana. Posteriormente, Theodor passou a abreviar seu último nome, utilizando o nome de solteira de sua mãe como sobrenome (Theodor W. Adorno, ou simplesmente Theodor Adorno).
Estudou música com sua meia-irmã (por parte de mãe), Agathe, uma talentosa pianista. Frequentou o Kaiser-Wilhelm-Gymnasium, onde se destacou como estudante brilhante. Além disso, ainda durante a adolescência, teve aulas particulares de composição com Bernhard Sekles, e leu, nas tardes de sábado, Immanuel Kant com seu amigo Siegfried Kracauer – 14 anos mais velho e especialista em Sociologia do Conhecimento. Mais tarde, Adorno diria que deve mais a estas leituras do que a qualquer de seus professores universitários.
Na Universidade de Frankfurt (actual Universidade Johann Wolfgang Goethe), estudou Filosofia, Musicologia, Psicologia e Sociologia. Completou rapidamente os seus estudos, defendendo em 1924 a sua tese sobre Edmund Husserl (A transcendência do objecto e do neumático na fenomenologia de Husserl), orientado pelo professor Hans Cornelius. Segundo Adorno, essa tese teria sido demasiadamente influenciada pelo seu orientador. Antes do final da sua graduação, conhece já dois de seus principais parceiros intelectuais – Max Horkheimer e Walter Benjamin.
Entre 1921 e 1932, publicou cerca de cem artigos sobre a crítica e estética musical e conheceria Vilma, com quem se casaria pouco tempo depois. A sua carreira filosófica começa em 1933 com a publicação da sua tese sobre Kierkegaard. Em 1925, conhece pessoalmente um dos filósofos que mais o influenciaram até então – o jovem Lukács. Crítico de Kierkegaard, Lukács decepcionará o jovem Adorno ao renegar sua obra de juventude (A Teoria do Romance por completo, e a História e Consciência de Classe na sua maior parte). Essas obras são pilares do pensamento de Adorno que travará inúmeras polémicas com Lukács pelos seus "desvios" de pensamento em prol do partido. Outro filósofo que influenciará Adorno de forma crucial é Walter Benjamin, a ponto de Adorno afirmar que, em determinado momento das suas produções filosóficas, sua intenção era apenas de traduzir Benjamin em termos académicos.
Com o fim da Segunda Guerra, Adorno é um dos que mais desejam o retorno do Instituto de Pesquisa Social a Frankfurt, tornando-se seu director-adjunto e seu co-director em 1955. Com a aposentadoria de Horkheimer, Adorno torna-se o novo director.
Próximo de sua morte, em 1969, Theodor Adorno envolve-se numa polémica com o seu companheiro e amigo da Escola de Frankfurt, Herbert Marcuse, por não ter apoiado os estudantes que, em 31 de Janeiro daquele ano, interromperam a sua aula, tentando continuar, dentro do Instituto, os protestos que tomavam as ruas das capitais da Europa. Adorno chamou a polícia. Marcuse posicionou-se a favor dos estudantes e, numa série de cartas, repreendeu e criticou severamente o amigo, dizendo de maneira clara que "em determinadas situações, a ocupação de prédios e a interrupção de aulas são actos legítimos de protesto político (...) Na medida em que a democracia burguesa (em virtude de suas antinomias imanentes) se fecha à transformação qualitativa, e isso através do próprio processo democrático-parlamentar, a oposição extraparlamentar torna-se a única forma de contestação: desobediência civil, acção directa".
Adorno faleceu meses depois, por problemas cardíacos, no dia 6 de Agosto de 1969.
Sem comentários:
Enviar um comentário