Doentes
com HIV na Guiné-Bissau sem antirretrovirais há mais de três meses
A presidente da rede nacional
das associações de pessoas com HIV (Renap), na Guiné-Bissau, Maria Machado,
disse hoje à agência Lusa que há cerca de quatro meses que se assiste a uma
rotura no fornecimento de antirretrovirais aos infetados.
A líder da Renap, que também
agrupa familiares de pessoas vítimas do HIV, acusa o primeiro-ministro, na sua
qualidade de presidente do comité nacional de luta contra a doença, de falta de
resposta aos pedidos de audiência para a busca de uma solução perante a
ausência de medicamentos no país.
“Há mais de um mês que
remetemos uma carta ao primeiro-ministro”, declarou Maria Machado, que lidera
uma rede que congrega 15 associações de pessoas infetadas com HIV e seus familiares.
A Renap quer falar com
Aristides Gomes para exortá-lo a tomar diligências no sentido de o Governo
pagar o transporte de antirretrovirais que o Brasil ofereceu ao país, cujo
envio para Bissau aquele país não pretende custear, disse Maria Machado, frisando
ser uma decisão que “até faz sentido”.
Parte desse medicamento
fornecido pelo Brasil já estará no país, tendo o transporte garantido pela
associação dos cônsules honorários da Guiné-Bissau, declarou Machado que quer,
contudo, ver “um esforço sério e determinado” das autoridades no combate e
prevenção do HIV no país.
“No dia em que o Fundo Mundial
parar de nos ajudar, talvez todas as pessoas afetadas por esta doença vão
morrer”, disse a presidente da Renap, prometendo “medidas duras” caso a
situação não se resolva nos próximos dias.
Maria Machado pondera colocar os elementos da Renap nas ruas para marchas e vigílias, “até às portas de quem de direito”, disse.
Para já, afirmou que os
infetados com HIV se vão recensear, mas não vão votar nas eleições legislativas
ainda sem data marcada.
Maria Machado indicou que “o
problema maior, está com pessoas com HIV2″, cuja taxa de prevalência disse ser
a maior na Guiné-Bissau.
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