quarta-feira, 4 de julho de 2012

As mais belas Bibliotecas do Mundo: BIBLIOTECA REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA, RIO DE JANEIRO, BRASIL


BIBLIOTECA REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA, RIO DE JANEIRO, BRASIL


Pelo seu prestígio nos meios intelectuais, pela beleza arquitectónica do edifício da sua sede, pela importância do acervo bibliográfico e ainda pelas actividades que desenvolve, o Real Gabinete Português de Leitura é, a todos os títulos, uma instituição notável e que muito dignifica Portugal no Brasil.
Em 14 de Maio de 1837, um grupo de 43 emigrantes portugueses do Rio de Janeiro - e deve-se sublinhar que isto ocorre somente 15 anos depois da Independência do país - reuniu-se na casa do Dr. António José Coelho Lousada, na antiga rua Direita (hoje rua Primeiro de Março), nº 20, e resolveu criar uma biblioteca para ampliar os conhecimentos dos seus sócios e dar oportunidade aos portugueses residentes na então capital do Império de ilustrar o seu espírito. Entre esses homens, cuja maioria era composta por comerciantes da praça, estavam alguns que haviam sido perseguidos em Portugal pelo absolutismo e que tinham emigrado para o Brasil. Era o caso de José Marcelino Rocha Cabral, advogado e jornalista, que iria ser eleito primeiro presidente da instituição.
É possível que ao se preocuparem com o nível de instrução dos seus
compatriotas e ao quererem incutir em muitos o gosto pela leitura, os fundadores do “Gabinete” tenham sido inspirados pelo exemplo vindo da França, onde, logo seguir à revolução de 1789, começaram a aparecer as chamadas “boutiques à lire”, que nada mais eram do que lojas onde se emprestavam livros, por uma determinado prazo, mediante o pagamento de uma determinada quantia.
Os “gabinetes de leitura” criados no Brasil pelos portugueses - o do Rio de Janeiro foi o primeiro, mas mais tarde virão os do Recife (em 1850) e o de Salvador (em 1863) - diferenciam-se, entretanto, daqueles estabelecimentos franceses por uma característica: é que neles não se fazia qualquer pagamento pelo empréstimo do livro. O sócio, ou o leitor, consultava-o na biblioteca ou levava-o para casa, sem que isso implicasse, para ele, qualquer encargo.
Seguindo o exemplo dos “gabinetes de leitura” de raiz portuguesa e ainda na segunda metade do século XIX, surgiram, impulsionados pela maçonaria e pela república positivista, em várias cidades do interior do Estado de São Paulo, instituições semelhantes que também eram denominadas “gabinetes de leitura” e que foram transformadas depois em bibliotecas municipais.
O reinado de D. Manuel I (1491-1521), no auge da expansão ultramarina portuguesa, assistiu ao florescimento da arquitectura manuelina, que se caracteriza pela exuberância plástica, o naturalismo, a robustez, a dinâmica de curvas e o recurso a motivos inspirados na flora marítima e na náutica da época dos Descobrimentos. Exemplos típicos desse estilo são o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, em Lisboa, e a janela manuelina do Convento de Cristo, em Tomar. No século XIX, sob inspiração nacionalista, há um ressurgimento desse estilo, o neomanuelino, presente em obras de reforma do Mosteiro dos Jerónimos, na Estação do Rossio, em Lisboa, na Câmara Municipal de Sintra, no Palacete da Regaleira e no Palace Hotel do Buçaco. Opondo-se ao neogótico que se manifestava em diversos países da Europa, o neomanuelino representou em Portugal, uma forma de "resistência da identidade nacional". No Brasil, além do Real Gabinete, no Rio de Janeiro, os principais edifícios neomanuelinos são o Gabinete Português de Leitura de Salvador e o Centro Português de Santos.














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