sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Mundo que nos Rodeia: DUARTE LIMA NADA FEZ PARA ILIBAR O FILHO




Duarte Lima não fez nada para ilibar o filho

Duarte Lima recusou explicar ao juiz e ao Ministério Público o negócio com o BPN que o levou à prisão e também não fez nada para ilibar o filho – que usou como testa-de-ferro, conforme está indiciado nas transferências de dinheiro que constam do processo.

Segundo o SOL apurou, o depoimento do terceiro arguido no caso, Vítor Raposo, sócio no mesmo negócio, foi também nesse sentido: Pedro Lima apenas deu o nome, o pai arquitectou a forma como tudo se desenrolou.

Pedro Lima, de 26 anos, finalista em gestão de empresas da Universidade Lusíada, tem até ao próximo dia 5 de Janeiro que prestar uma caução de 500 mil euros. Esta medida de coacção foi-lhe fixada pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, após proposta de Rosário Teixeira, procurador do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), onde corre o inquérito. O facto de não ter ficado em prisão preventiva explica-se precisamente por ser do conhecimento da investigação que o pai liderou todo o negócio.

Já Vítor Raposo – que se apresentou à Polícia esta segunda-feira, regressado da Guiné-Bissau – explicou a sua versão do negócio e saiu com a proibição de contactar os outros arguidos. Além disso, tem de pedir autorização, se quiser ausentar-se do país.

Em causa, recorde-se, está uma operação imobiliária que lesou o BPN em mais de 40 milhões de euros, através de um fundo imobiliário fechado – Homeland –, que tem como sócios Pedro Lima e o empresário Vítor Raposo (cada um com 42,5%) e o BPN (15%).

Em 2007, o fundo comprou 35 terrenos no concelho de Oeiras, na zona para onde chegou a ser equacionada a construção de um novo edifício para o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa. O financiamento do BPN foi então directamente autorizado pelo próprio presidente, José Oliveira Costa.

O inquérito foi aberto este ano e é mais um caso do dossiê BPN. Duarte Lima, o filho e Vítor Raposo são arguidos por burla agravada, fraude fiscal agravada e branqueamento de capitais.

Segundo as fontes contactadas pelo SOL, durante o interrogatório – na passada sexta-feira – o advogado e antigo deputado do PSD demonstrou «uma frieza absoluta». A sua prisão preventiva foi justificada pelo juiz de instrução com o perigo de fuga (devido ao mandado de captura emitido pelo Brasil, que acusa Lima do homicídio de Rosalina Ribeiro), a falta de colaboração e o perigo de perturbação do inquérito.

Apesar de o seu advogado, Raul Soares da Veiga, ter defendido que a prisão era desnecessária, pois o mandado de captura do Brasil é um elemento dissuasor de qualquer plano de fuga, o facto é que há muitos países que não são cobertos pela Interpol. Isto, aliado à capacidade financeira de Duarte Lima e ainda ao facto de nas últimas semanas ter vendido uma série de bens, foram decisivos para o ex-deputado ficar preso.


Fonte:
paula.azevedo@sol.pt e felícia.cabrita@sol.pt

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