A. Sedas Nunes, foi um dos pais da Sociologia em Portugal, com publicações anteriores ao 25 de Abril de 1974, o que demonstra toda a sua genealidade para escrever sobre temas "proibidos" pelo então governo facista e ditatorial existente em Portugal. A primeira edição do livro Questões Preliminares sobre as Ciências Sociais, data de 1971 e vai em mais de 10 edições, sendo um manual de enorme importância para o estudo da Sociologia em Portugal, e do desenvolvimento dos estudos sociais.
Publicado pela Editorial Presença, tem 135 páginas, e enquadra-se numa colecção denominada Universidade Hoje.
Diz o autor na contracapa, "A Ciência Social só existe por hora em estado fragmentário (em 1971). Perante a unidade da realidade social, existe de facto uma pluralidade de Ciências Sociais, cujas interconexões são fracas e largamente sobrelevadas pela sua disjunção. Por outro lado, estas Ciências são internamente conflituais, aparecendo divididas em «correntes teóricas» acentuadamente divergentes. No presente estudo são debatidos alguns problemas de epistemologia e de pragmática da Ciência, suscitados por estes dois aspectos da situação das Ciências Sociais. Na Conclusão, sublinha-se a necessidade de uma atitude crítica ante o trabalho e o produto dos investigadores sociais:".
QUESTÕES PRELIMINARES SOBRE AS CIÊNCIAS SOCIAIS
A. Sedas Nunes
Í N D I C E
1ª PARTE
A Unidade do Social e a Pluralidade das Ciências Sociais
1. Introdução à Unidade do Social
2. A Pluralidade das Ciências Sociais
2.1 Princípios lógicos de diferenciação empírica das ciências sociais
2.2 A diferenciação empírica das ciências sociais, como produto histórico
3. As Ciências Sociais como Conhecimento e como Actividade ou Prática Social
3.1 A ciência como produto e como sistema de produção
3.2 Cada ciência social produz o seu próprio objecto científico
4. Nas Ciências Sociais Nomotéticas, todo o Conhecimento é Abstracção e Construção
2ª PARTE
A Conflitualidade Interna das Ciências Sociais
1. Introdução: Um exemplo
2. Algumas Coordenadas do Problema
2.1 O subdesenvolvimento científico e a pobreza das ciências sociais, como circunstância propiciatória da formação de correntes teóricas discrepantes
2.2 A diversidade das estruturas sociais nos diferentes países: incidências nas orientações teóricas da produção coentífica
2.3 A diversidade dos «universos de pensamento» em função dos quais as teorias são elaboradas
2.4 Limitações teóricas da produção científica resultantes de «à priori» epistemológicos
2.5 Limitações teóricas da produção científica decorrentes da «consciência possível» de uma classe social
3. As Ciências Sociais e a «Consciência Possível» das Classes Dominantes
3.1 Fundamentação, relativamente às classes dominantes, do conceito de «máximo de consciência possível»
3.2 O problemas das relações entre a produção científica nas ciências sociais e a «consciência possível» das classes dominantes
3.3 Objectividade, enviesamento e desconhecimento na produção científica vinculada à «consciência possível» das classes dominantes
4. Conflitos Científicos e Conflitos Ideológicos
4.1 A simbiose científico-ideológica nas ciências sociais
4.2 O fim da identidade «ideologia - falsa consciência»
4.3 A ideologia na génese do produto científico
4.4 Conteúdos científicos e conteúdos ideológicos nas ciências sociais
5. Remate Provisório: Um Novo Problema em Aberto
Conclusão
Bibliografia Citada
Índice dos Autores
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