sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Os "Pais" da SOCIOLOGIA: MAX WEBER (n. 21 Abr.1864; m. 14 Jun.1920)

Maximillian Weber, nasceu a 21 de Abril de 1864, em Erfurt, foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber. A esposa de Max Weber, Marianne Weber, biógrafa do marido, foi uma das alunas pioneiras na universidade alemã e integrava grupos feministas de seu tempo.

Foi o primogénito de sete filhos de Max Weber e Helene Fallenstein. Seu pai, protestante, era uma figura autocrata. Sua mãe uma calvinista moderada. A mãe de Helene tinha sido uma huguenote, francesa, cuja família fugira da perseguição na
França. Ele foi, juntamente com Karl Marx, Vilfredo Pareto, Augusto Comte e Émile Durkheim, um dos modernos fundadores da Sociologia. É conhecido sobretudo pelo seu trabalho sobre a Sociologia da religião.

Seu pai, Sr. Max Weber, foi um funcionário público e político liberal; a mãe, Helene Fallenstein, uma calvinista moderada. Max foi o primeiro de sete filhos, incluindo seu irmão Alfred Weber, quatro anos mais jovem, também sociólogo, mas, sobretudo, um economista, que também desenvolveu uma importante sociologia da cultura. A família estimulou intelectualmente os jovens Weber desde a tenra idade.

É considerado um dos fundadores do estudo moderno da sociologia, mas sua influência também pode ser sentida na economia, na filosofia, no direito, na ciência política e na administração. Começou a sua carreira académica na Universidade Humboldt, em Berlim e, posteriormente, trabalhou na Universidade Albert Ludwigs, de Freiburg, na Universidade de Heidelberg, na Universidade de Viena e na Universidade de Munique. Personagem influente na política alemã da época, foi consultor dos negociadores alemães no Tratado de Versalhes (1919) e da Comissão encarregada de redigir a Constituição de Weimar.

Grande parte de seu trabalho como pensador e estudioso foi reservado para o chamado processo de
racionalização e desencantamento que provém da sociedade moderna e capitalista. Mas seus estudos também deram uma contribuição importante para a economia. A sua obra mais famosa é o ensaio A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, com o qual começou suas reflexões sobre a sociologia da religião. Weber argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas do porquê das culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, e salientou a importância de algumas características específicas do protestantismo ascético, que levou ao nascimento do capitalismo, a burocracia e do estado racional e legal nos países ocidentais. Noutro trabalho importante, Política como vocação, Weber definiu o Estado como "uma entidade que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física", uma definição que se tornou central no estudo da moderna ciência política no Ocidente. As suas contribuições mais conhecidas são muitas vezes referidas como a “Tese de Weber".

Em 1882 Max Weber matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Heidelberg, onde seu pai havia estudado, frequentando também cursos de economia política, história e teologia. Em 1884 voltou para casa paterna e transferiu-se para a Universidade de Berlim, onde obteve em 1889 o doutoramento em Direito e em 1891 a tese de habilitação, ambos com escritos da história do direito e da economia.

Depois de completar estudos jurídicos, económicos e históricos em várias universidades, distingue-se precocemente nalgumas pesquisas económico-sociais com a Verein für Sozialpolitik, a associação fundada em 1873 pelos economistas associados à Escola Histórica Alemã em que Weber já tinham aderido em 1888. Em 1893 casou-se com Marianne Schnitger, mais tarde uma feminista e estudiosa, bem como curadora póstuma das obras de seu marido.

Foi nomeado professor de Economia nas universidades de Freiburg em 1894 e de Heidelberg em 1896. Entre 1897, ano em que seu pai morreu, e 1901 sofreu de uma aguda depressão, de modo que do final de 1898 ao final de 1902 não poderia realizar actividades regulares de ensino ou científicas.

Curado, no Outono de 1903 renunciou ao cargo de professor e aceitou uma posição como director-associado do recém-nascido Archiv für und Sozialwissenschaft Sozialpolitik (Arquivos de Ciências Sociais e Política Social), com
Edgar Jaffé e Werner Sombart como colegas: nesta revista publicaram em duas partes, em 1904 e 1905, o artigo-chave A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Naquele mesmo ano, visitou os Estados Unidos. Graças a uma enorme renda privada derivada de uma herança em 1907, ainda conseguiu dedicar-se livremente e em tempo integral aos seus estudos, passando da economia ao direito, da filosofia à história comparativa e à sociologia, sem ser forçado a retornar à docência. A sua pesquisa científica abordou questões teórico-metodológicas cruciais e tratou complexos estudos histórico-sociológicos sobre a origem da civilização ocidental e o seu lugar na história universal.

Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como director de hospitais militares de Heidelberg e ao término do conflito, voltou ao ensino da disciplina de economia, primeiro em Viena e em 1919 em Munique, onde dirigiu o primeiro instituto universitário de sociologia na Alemanha. Em 1918 ele estava entre os delegados da Alemanha em Versalhes para a assinatura do tratado de paz e foi conselheiro para os redactores da Constituição da República de Weimar. Morreu a 14 de Junho de 1920, em Munique, atingido pela grande epidemia de
gripe espanhola da pós-guerra.


Escritos e obras


Entre as influências que a obra de Weber manifesta, podemos distinguir também seu diálogo com filósofos como Immanuel Kant e
Friedrich Nietzsche e com alguns dos principais sociólogos de seu tempo, como Ferdinand Tönnies, Georg Simmel e Werner Sombart, entre outros.

Das as principais obras do autor – organizadas postumamente pela sua esposa Marianne Weber – constam os seguintes títulos:

1889: A história das companhias comerciais na idade média
1891: O direito agrário romano e sua significação para o direito público e privado
1895: O Estado Nacional e a Política Económica
1904: A objectividade do conhecimento na ciência política e na ciência social
1904: A ética protestante e o espírito do capitalismo
1905: A situação da democracia burguesa na Rússia
1905: A transição da Rússia à um regime pseudoconstitucional
1906: As seitas protestantes e o espírito do capitalismo
1913: Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva
1917/1920: Ensaios Reunidos de Sociologia da Religião
1917: Parlamento e Governo na Alemanha reordenada
1917: A ciência como vocação
1918: O sentido da neutralidade axiológica nas ciências políticas e sociais
1918: Conferência sobre o Socialismo
1919: A política como vocação
1919: História Geral da Economia
1910/1921: Economia e Sociedade

Entre os seus escritos mais conhecidos, destacam-se "A ética protestante e o espírito do capitalismo" (1904), a obra póstuma "Economia e Sociedade" (1920), "A ciência como vocação" (1917) e "A política como vocação" (1919).

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