quinta-feira, 3 de março de 2011

À Volta com a Vida: MARIA GUILHERMINA (n. 03 de Mar. 1923; m. 19 Mai.1997)



Poderia retirar na Net palavras bonitas e lindas de homenagem às mães deste país, porventura deste universo, no entanto optei por palavras mais singelas, quiçá humildes, distinguir aquela que foi e será a grande mulher da minha vida – A minha MÃE.
Porque o faço hoje? Porque hoje, dia 3 de Março a minha mãe faria anos, caso ainda estivesse entre nós, porque hoje é um dia triste e alegre, porque hoje é um dia melancólico e atrozmente perturbador, e finalmente porque hoje, relembro uma grande vida, uma grande mulher, uma grande mãe. Não quero no entanto cair no chamado “senso comum”, a minha mãe é a melhor do mundo, a minha mãe é magnífica, a minha mãe é única, isso concerteza pensarão e dirão todas as pessoas (ou quase todas), não; quero apenas relembrá-la nesta pequena homenagem de um filho desolado porque já não a tem, de um filho triste porque já não se aconselha, de um filho abatido porque já não chora no seu ombro.
Hoje pensei profundamente sobre algo que me atormenta, algo que rumina dentro das profundezas do meu ser, algo que não controlo e por isso não tenho capacidade de resolver, a morte…Olhei para a história da humanidade, para os grandes homens e mulheres que por ela passaram, para as grandes descobertas, avanços, recuos, frustrações e “descobri”, todos morrem. Mas perguntei…a minha mãe porquê? Sou sincero, não consegui ainda ultrapassar a falta que me faz (e já lá vão 14 anos), e por vezes até penso…junto a ela estaria bem melhor, mas depois sinto que aqui poderei dignificar a pessoa que ela foi, embora por ora seja impossível realizar alguns dos seus sonhos…uma família unida, em paz, e sobretudo viva. Talvez a paz consiga, a união atinja…agora dar vida a quem já “abdicou” dela, isso é completamente impossível, e refiro-me aqui à tristeza que foi a perda de um irmão, já posterior ao desaparecimento da minha mãe.
Hoje pensei profundamente sobre algo que me atormenta, a capacidade de estar e não estar, de viver e não viver, de recordar e não recordar, de não ter a capacidade de replicar a vida ao ponto de partida, aos momentos felizes, aos momentos venturosos, auspiciosos que ela nos proporciona.
Acabo esta pequena homenagem, porque este tipo de missivas, quando longas tornam-se irrelevantes, porque ninguém as lê, por isso à minha MÃE o meu muito obrigado, deste filho que te adora e que permaneces sempre viva no seu coração. Homenagem também ao dia 3 DE MARÇO DE 1923 que trouxe na penumbra da madrugada esta grande mulher.   

1 comentário:

  1. "Nada se perde, tudo se transforma". O sonho de família unida não é uma ilusão. Um dia estaremos todos juntos num só lugar, seja céu ou inferno ou outra realidade completamente alheia. Um dia voltaremos a dar as mãos e a formar um grande círculo. Um dia voltaremos a materializar o conceito amplo de família. Até lá, que vivamos estes efémeros dias o melhor que podemos.
    Como tu já disseste num texto que escreveste "O Caminho é a Morte" e é para lá que caminhamos todos.

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